Na Psicoterapia

A Calatonia deu origem a uma metodologia de trabalho terapêutico: o método calatônico que engloba a técnica original da Calatonia, mas não se restringe a ela, incluindo o conjunto das técnicas de trabalho corporal baseadas na estimulação tátil sutil, criadas por Sándor com base na Psicologia Analítica de G. G. Jung, na Cinesiologia Psicológica e na Psicologia Organísmica, entre outros fundamentos.

A sequência da técnica original da Calatonia nos pés, conforme proposta por Sándor consiste em uma série de nove (9) toques que o terapeuta realiza nas seguintes áreas: dedos dos pés, solas dos pés, calcanhares, tornozelos e barriga das pernas durante aproximadamente 2 a 3 minutos cada, finalizando com a Calatonia na cabeça. A Calatonia também pode ser aplicada nas mãos, com as devidas adaptações.

Entre os inúmeros toques sutis desenvolvidos por Sándor, destacam-se as manobras de “descompressão fracionada” e os toques de “reajustamento dos pontos de apoio do corpo”.

Os toques são realizados de forma muito leve (por isso são chamados de sutis), de forma repetitiva, simétrica e monorrítimica. Sándor dizia que a intensidade do toque na Calatonia deveria ser parecida com “o bater das asas de uma borboleta” ou “como se tentássemos tocar em uma bolha de sabão”.

As técnicas do método calatônico podem ou não ser acopladas à psicoterapia, mas certamente neste contexto, adquirem extrema relevância, na medida em que facilitam a ampliação da consciência do paciente pelo aflorar de conteúdos inconscientes, que emergem por meio de imagens, memórias, sensações e percepções multidimensionais, entre outras experiências.

As técnicas do método calatônico são adaptáveis a diferentes contextos e populações, por serem de fácil aplicação, acessíveis economicamente, embora devam ser alinhadas às necessidades e aos limites de cada indivíduo, em cada momento. Podem ser aplicadas em contextos individuais, ou grupais, com diferentes gradações de toques: partindo do toque direto na pele e atingindo a sutileza do sopro ou do som, ou ainda do “toque sem toque”.

A utilização de técnicas calatônicas no contexto psicoterapêutico pode gerar efeitos psicofísicos significativos, tais como: fortalecimento do vínculo de confiança entre psicoterapeuta e paciente, promoção da regulação e do recondicionamento do tônus físico e psíquico, ampliação da consciência e integração da imagem corporal, abertura ao contato social, percepção de influências psicossociais e culturais na dimensão corporal, despertar ou resgate da capacidade laborativa e do potencial criativo, fortalecimento da autoestima, redução do tempo de atendimento e dos índices de evasão ao tratamento, particularmente no contexto da saúde pública. Estes e outros aspectos podem ser aprofundados por meio do acesso às publicações que se encontram na Biblioteca.

A aplicação psicoterapêutica da Calatonia é utilizada, atualmente, por um representativo grupo de psicólogos clínicos, especialmente na cidade de São Paulo, Brasil, além de outras localidades, nacionais e internacionais. As listas de profissionais do Brasil, Itália e Inglaterra podem ser encontradas nas Listas de Profissionais.